Três Mulheres em Destaque
Para tentar ampliar a presença de mulheres em cargos de representatividade, a lei exige que cada partido ou coligação deve destinar o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo e, todavia, apesar de as mulheres representarem 51% da população do Brasil, não haverá vereadoras em 23% das cidades, o que representa 1.290 municípios. Mas nas últimas eleições houve uma ligeira melhora a 2012, quando as Câmaras eram exclusivamente masculinas em 24% dos municípios brasileiros. Em apenas 23 municípios (0,4% do total) elas serão maioria no Legislativo a partir do ano que vem.Um político galga posição por etapas, pois, não dá para ninguém vir e aprender gestão pública no cargo. O cargo de prefeito é cargo de consagração de uma carreira pública, jamais o cargo de início de uma carreira pública, contudo, algumas mulheres têm ingressado na vida pública desafiando tudo. Assim foi eleita prefeita de Roma há vários meses, a advogada Virginia Raggi, 38 anos, simbolizando um novo momento na política italiana: a política sem políticos. Lá, como aqui, se exigem mudanças substanciais na política e o maior envolvimento da sociedade, com um repensar e exigir plataformas convincentes, além de moralidade.
Ela era a aposta de uma população exausta por anos de corrupção e pela má administração dos “políticos profissionais” de carreira.
Seu governo, no entanto, tem sido duramente criticado, e há reclamações justamente sobre a falte de experiência que, meses atrás, era vista como uma qualidade.
Mas admitimos que Fátima Daudt, que aceitou o grande desafio, terá pleno sucesso em razão da experiência como arquiteta e administradora da ACI. Além disso, tem um temperamento especial e é analítica. Saberá superar dificuldades para não ser criticada como a prefeita romana.
Por sua vez, numa das maiores megalópoles do mundo, a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, chama a atenção pelo seu trabalho inovador. Ela começou uma campanha de costumes. Sua primeira batalha foi contra as gravatas. Ela tem um grande currículo na administração. Foi ministra do Meio Ambiente (2003-2006), ministra de Estado para Okinawa e Norte do Japão (2004-2006), ministra da Defesa (2007) e, desde agosto último, governadora de Tóquio.
Quando foi ministra do Meio Ambiente, proibiu o uso da gravata no ministério e lançou no país a campanha “cool biz” (trocadilho, em inglês, entre “negócio fresco” e “negócio bacana”).
O objetivo era o maior conforto do servidor público e economizar ar-condicionado no verão de Tóquio – que vai a 31oC, com umidade de 70%. Também se empenha em alterar a cultura do excesso de trabalho. É uma inovadora. Está organizando a próxima olimpíada. Está recebendo aplausos.
